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Nove séries novas a não perder nos próximos meses

Nove séries novas a não perder nos próximos meses

O pequeno ecrã não pára. A cada semana, há mais uma mão-cheia de séries para ver. As grandes plataformas de streaming como a Netflix, a Disney+, a Amazon Prime Video, a HBO Max ou a Apple TV+ batalham tanto pela nossa atenção que não nos dão descanso. E ainda há tudo o resto, das mais pequenas e direccionadas (olá, Filmin) à boa e velha televisão. Só há uma solução: escolher. Mas escolher em cima da hora dá mau resultado e provoca demasiadas frustrações. O melhor é saber antecipadamente o que queremos ver. Foi para isso que se fez esta lista, com as séries novas a não perder nos próximos meses. Aqui não encontra segundas nem terceiras temporadas. Apenas novidades. Uma selecção de novidades. Recomendado: As estreias de cinema a não perder nos próximos meses

‘Loki’, ‘Fúria’ e mais oito séries para ver em Outubro

‘Loki’, ‘Fúria’ e mais oito séries para ver em Outubro

Comédia de piratas, deuses a viajarem no tempo e terror de diferentes calibres (e para diferentes idades). Assim vai começar um mês de programação televisiva que se propõe saltar as fronteiras da produção anglo-saxónica: entre as dez séries que queremos ver em Outubro, há propostas vindas de Espanha, Itália e Noruega. Muito embora seja do coração do mainstream – isto é, do mundo do futebol – que nos vão chegar duas séries documentais em que podemos aprender uma coisa ou outra sobre boas e más intenções, sobre estrelas de Hollywood e sobre personagens de tablóides. Recomendado: As melhores séries do momento

‘Sex Education’, ‘The Super Models’ e outras séries para ver em Setembro

‘Sex Education’, ‘The Super Models’ e outras séries para ver em Setembro

O regresso às aulas é (mais ou menos) literal na televisão. Sex Education está de volta e promete uma temporada final a borbulhar com mal-entendidos, indiscrições e intimidades. Além desta, que é uma das produções mais populares da Netflix, a grelha de programação para este mês inclui, por exemplo, as estreias da série documental The Super Models e da série biográfica As mil vidas de Bernard Tapie, que devolvem ao pequena ecrã grandes figuras da década de 1990. Já The Architect vem directamente da primeira competição de séries do Festival de Berlim. E há mais. Estas são as oito séries que não queremos perder em Setembro. Recomendado: As melhores séries do momento

De ‘The Bear’ a ‘Star Wars: Ahsoka’, as séries para ver em Agosto

De ‘The Bear’ a ‘Star Wars: Ahsoka’, as séries para ver em Agosto

Agosto começa com uma sequência de segundas temporadas, para nos lembrar que também é diante do ecrã que devemos passar o Verão. Afinal, estamos há um ano à espera de regressar a The Bear, Winning Time: The Rise of The Lakers Dynasty e Heartstopper. Isto logo a abrir o mês. Depois virá uma muito antecipada terceira temporada: Homicídios ao Domicílio (olá, Meryl Streep). Nas novidades, os destaques vão desde o drama The Lost Flowers of Alice Hart à ficção científica de Star Wars: Ahsoka, passando pelo documentário Liv Ullmann: Uma estrada menos percorrida. Mas não se surpreenda se o grande êxito do Verão só chegar mais lá para a frente, em formato aventura, com One Piece. Estas são as séries para ver em Agosto. Recomendado: As melhores razões para ligar a televisão esta semana

Próxima paragem: aldeia gastronómica de Benfica

Próxima paragem: aldeia gastronómica de Benfica

Artigo originalmente publicado na edição de Junho da revista mensal Time Out Portugal O Calhariz Velho de Benfica está entalado entre a linha de comboio e duas vias rápidas, a CRIL e a Segunda Circular. A pé ou de carro, o acesso é inóspito e, lá chegados, as casas devolutas, os terrenos expectantes, o alcatrão tosco e o estacionamento desordenado dão a ideia de um lugar esquecido. Mas o Calhariz Velho continua a receber muito mais pessoas do que as que lá vivem. A razão é só uma: a comida. Há décadas que este é um destino conhecido pelos restaurantes dedicados à gastronomia nacional e não falta quem lá vá de propósito. A Junta de Freguesia de Benfica quer partir desse pressuposto para revitalizar por completo a zona, aproximando-a tanto do resto do bairro como do Monsanto. A recuperação deveria ter começado pela criação de uma ciclovia na Estrada do Calhariz, reduzindo o número de faixas de rodagem para o trânsito automóvel (actualmente tem quatro) e abrindo caminho para a mobilidade suave naquele troço. O projecto prevê ligar a ciclovia da Radial de Benfica (Avenida General Correia Barreto), que começa na rotunda de Pina Manique, junto ao estádio do Casa Pia, à ciclovia da Rua Conde Almoster, que se estende até Sete Rios, possibilitando o acesso de bicicleta ao centro da cidade num sentido ou noutro. Essa ligação será feita através da Estrada do Calhariz e da Rua Carolina Michaelis, com ramificações para a estação de comboios e para o campus do Instituto Politécnico de Lisb

‘Full Circle’, ‘Good Omens’ e mais séries para ver em Julho

‘Full Circle’, ‘Good Omens’ e mais séries para ver em Julho

É Verão e o sofá é quente. É dentro de casa. Sufocante. A época estival é mais dada a copos e esplanadas, jardins e piqueniques, praias e mergulhos. E no entanto o sofá, traído, lá nos espera no lar, doce lar, para o inevitável regresso. Na volta, o sofá, que neste texto tem vontade própria, terá um astuto plano de sedução, que passa por outra parelha de actividades imbatível: descanso e séries de televisão. Vamos claudicar. Em Julho, as diferentes plataformas de streaming têm novidades bastantes para encher o mês inteiro – mas como somos comedidos, para não tirar tempo ao ar livre, optámos por escolher apenas nove. Nove séries para ver em Julho. Parece-nos equilibrado. Recomendado: As melhores séries do momento

‘Conta-me Como Foi’, ‘O Ídolo’ e mais oito séries para ver em Junho

‘Conta-me Como Foi’, ‘O Ídolo’ e mais oito séries para ver em Junho

Junho é um mês de regressos na televisão. Antes de mais, dos Lopes. O oitavo capítulo de Conta-me Como Foi vai para o ar, depois de mais de dois anos de espera e indefinição. É caso para dizer: finalmente! À série da RTP junta-se outro título sobejamente conhecido – e amplamente debatido na última década: Black Mirror (Netflix). Mas também não faltam novidades. Polémicas (O Ídolo, HBO Max), indie (Selftape, Filmin), criminais (The Crowded Room, Apple TV+), históricas com twist contemporâneo (A Rainha Serpente, TVCine Emotion), absurdas (I'm a Virgo, Amazon Prime Video), ou de super-heróis (Invasão Secreta, Disney+). Estas são as séries para ver em Junho. Recomendado: As séries do momento que estão a colar-nos à televisão

As novas esplanadas em Lisboa para o Verão

As novas esplanadas em Lisboa para o Verão

Os dias são quentes e longos, e as noites não arrefecem. Bebe-se um copo (e outro e outro) e acabamos a jantar. Se é verdade que Lisboa tem mais de 230 dias de sol por ano, é igualmente verdade que o verbo esplanadar (inventado por nós há muito tempo) se conjuga melhor nesta época do ano. Não por acaso, há muitas e boas novidades. Seja para comer ou apenas para beber um copo, estas são as novas esplanadas em Lisboa que prometem animar o Verão. Tome nota porque a vida é demasiado curta para os desperdiçar numa esplanada má.  Recomendado: 20 restaurantes abertos ao domingo em Lisboa

‘Rabo de Peixe’, ‘Americano da China’ e mais nove séries para ver em Maio

‘Rabo de Peixe’, ‘Americano da China’ e mais nove séries para ver em Maio

O segundo “original” português da Netflix vai ser um sugadouro da nossa atenção. Felizmente, Rabo de Peixe só se estreia no final do mês e há muito para ver entretanto. White House Plumbers (HBO Max), Silo (Apple TV+) ou Atracção Fatal (SkyShowtime) são disso bom exemplo, embora o que esteja a deixar-nos com a pulga atrás da orelha seja Americano da China (Disney+), uma fantasia que junta as duas estrelas de Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo: Michelle Yeoh e Ke Huy Quan. E depois ainda vem The Gryphon (Prime Video). Estas são as séries para ver em Maio. Recomendado: Onze minisséries da Netflix que vale a pena ver

De ‘As Boas Mães’ ao final de ‘Barry’, 15 séries para ver em Abril

De ‘As Boas Mães’ ao final de ‘Barry’, 15 séries para ver em Abril

Como é que diz o provérbio? Em Abril, séries mil. Ou algo parecido. Este mês o pequeno ecrã vai fazer desabar sobre nós uma torrente de produções, que além de muitas novidades inclui as temporadas finais de dois títulos bem-amados: Barry e A Maravilhosa Sra. Maisel. Entre a primeira série a ser premiada num grande festival de cinema (a italiana As Boas Mães, em Berlim), uma prequela do musical que celebrizou John Travolta e Olivia Newton-John (Grease: Rise of the Pink Ladies), um remake por fascículos de David Cronenberg (Dead Ringers) ou uma espécie de A Guerra dos Tronos mas na Roma Antiga (Domina), o difícil vai ser escolher. Estas são as 15 séries que queremos ver em Abril. Relacionado: As melhores séries do momento

O fim de ‘Succession’, ‘Stonehouse’ e mais dez séries para ver em Março

O fim de ‘Succession’, ‘Stonehouse’ e mais dez séries para ver em Março

Março, na televisão, começa numa galáxia muito, muito distante. The Mandalorian (Disney+) está de volta para mais aventura com marca Star Wars e dá o mote para um mês de regressos de peso: mais lá para a frente, Ted Lasso (Apple TV+) entra na terceira temporada; e Succession (HBO Max) avança dramaticamente para o capítulo final (valerá a pena alimentar a ideia de que o fim anunciado pelo criador Jesse Armstrong é um golpe de teatro, qual família Roy?). Mas também há novidades que queremos mesmo ver: são os casos de Extrapolations (Amazon Prime Video), Stonehouse (Filmin) ou A Mania do Bem-estar (Netflix). Feitas as contas, estas são as 12 séries a não perder em Março. Recomendado: As melhores séries do momento

Óscares: os filmes nomeados que tem mesmo de ver em streaming

Óscares: os filmes nomeados que tem mesmo de ver em streaming

Nem todos os cinéfilos apreciam partilhar salas de cinema, por exemplo pelo perigo de ter de ouvir pipocas a estalar na boca do vizinho. A boa notícia é que há muitos filmes com nomeações aos Óscares para ver em vários serviços de subscrição e, por isso mesmo, compilamos – por ordem alfabética – este guia para não lhe passar um ao lado. Do multinomeado Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo, disponível no serviço TVCine+, a produções que chegam aos prémios com apenas uma nomeação, como Blonde. Mas tudo vale a pena se a cinefilia não é pequena. A cerimónia de atribuição dos prémios está marcada para o próximo dia 13 de Março. Recomendado: Os filmes que ganharam mais Óscares  

Listings and reviews (17)

O Filme do Bruno Aleixo

O Filme do Bruno Aleixo

3 out of 5 stars

A estreia no cinema do sexagenário urso-cão mais famoso das Beiras é um absurdo. Embora não o completo e espertalhão absurdo por que ansiávamos. Quem estava a salivar por hora e meia de sitcom focada em conversas do quotidiano, chocarrice saloia pontuada por silêncios desconfortáveis e pequenos embustes, terá de recalibrar as expectativas. O Filme do Bruno Aleixo começa com o protagonista coimbrão (com ascendência na Bairrada e no Brasil) a revelar ter sido contactado por “um homem que tem uma empresa que faz filmes” – Luís Urbano, da O Som e a Fúria, que já tinha produzido as séries “Aleixo Psi” e “Copa Aleixo” –, que o desafiou a rodar uma biografia sua para o grande ecrã. E Aleixo convoca a grupeta do costume – Homem do Bussaco, Renato Alexandre e Busto – para o ajudar a ter uma proposta para apresentar... no último dia do prazo. O que nos é apresentado é a conversa de café que resulta daí, com a representação, por actores de carne e osso – Adriano Luz, Rogério Samora, Manuel Mozos, Gonçalo Waddington, José Raposo, João Lagarto –, das ideias que vão surgindo. Tem graça, claro. E uma das premissas da interacção entre estas personagens, a de que os diálogos são circulares e que o ponto de partida interessa pouco, é respeitada. Mas se os criadores João Moreira e Pedro Santo constroem este filme em cima do conhecimento prévio deste universo, também sentiram necessidade de se afastarem dele para garantir acção, dando demasiado espaço ao live action. Já deveriam saber que um bom

Bostofrio

Bostofrio

2 out of 5 stars

Filho de pai incógnito é uma condição que a lei portuguesa prevê, desde 1977, apenas para casos excepcionais. Mesmo assim, é uma realidade que persiste: em 2010, existiam 150 mil nessas condições, e o número de registos anuais tem aumentado. O pai de Paulo Carneiro, que aqui se estreia na realização, é um deles. E o propósito deste documentário é uma busca por respostas, por histórias e até por uma simples fotografia que o ajudem a conhecer o avô, que só é incógnito no papel – na aldeia barrosã de Bostofrio, 30 habitantes, toda a gente sabe quem foi, como foi, o que aconteceu. Carneiro (Lisboa, 1990) passou por dificuldades para fazer este filme, não em quebrar a “lei do silêncio”, como quer fazer crer, mas em ganhar a confiança daquela gente simples, intimidada pela câmara e por inquirições delicadas. Esse processo ficaria bem fora do filme. Seria igualmente vantajoso que preparasse as entrevistas, para evitar ser errático, repetitivo e disfarçar o mau jeito. Descontando redundâncias narrativas e as bucólicas paisagens transmontanas, sobra pouco. É aí, e não no plano técnico, que se sente a falta de meios: seria necessária outra dedicação para alcançar o resultado pretendido. O documentário é exibido em conjunto com a curta Cinzas e Brasas, de Manuel Mozos. Por Hugo Torres

Skin - História Proibida

Skin - História Proibida

3 out of 5 stars

Bryon Widner é um supremacista branco numa encruzilhada: depois de participar no espancamento de um jovem negro durante uma manifestação, o brutamontes, venerado entre pares, começa a duvidar do caminho da violência. Skin passa-se no Ohio, em 2009, e é baseado em factos reais. Bryon não é só uma personagem – é alguém que decidiu sair do movimento neonazi, penou para o conseguir (com a ajuda de um activista negro), agiu como denunciante para o FBI, e passou dois anos em dolorosas cirurgias para remover as tatuagens iconográficas do rosto. O filme tem pontos de contacto com a curta-metragem homónima com que o realizador Guy Nattiv, de origem israelita, ganhou um Óscar. Mas a longa demora-se no recrutamento, nas batalhas fratricidas e no romance que o mantém à tona. Nattiv optou por se aproximar do monstro para tentar compreendê-lo. Não é o mesmo retrato cru e impiedoso deste tipo de marginalidade. O que retira pujança à narrativa, mas oferece a excelente Vera Farmiga ao elenco. Por Hugo Torres

Avenida Almirante Reis em 3 andamentos

Avenida Almirante Reis em 3 andamentos

1 out of 5 stars

Lisboa tem poucas avenidas tão ricas, com gente de tantas proveniências, extractos sociais e projectos de
vida. É uma fonte virtualmente inesgotável de histórias e leituras da sua angulosa realidade, de leituras longitudinais ou trabalhos menos densos. É por isso frustrante ver Avenida Almirante Reis em 3 Andamentos esconder a sua inépcia atrás de um título pomposo e da paciente bondade com que a cinefilia classifica este tipo de projecto: “filme- ensaio”. Um ensaio pressupõe explorar uma ideia, um bem escasso por estas paragens. Recuando a Cândido dos Reis e à República, passando pelo 1.o de Maio de 1974, Renata Sancho propõe-se olhar para as mudanças em curso nesta avenida (a rodagem decorreu entre 2016 e 2018, quando os preços do imobiliário dispararam). Mas o resultado é uma sequência de planos desconexos, sem interesse nem narrativa, que parece feita só para iniciados. E sabe deus que interesse encontrarão esses por aqui. Por Hugo Torres

Santiago, Italia

Santiago, Italia

3 out of 5 stars

As “geringonças” sinistras não são uma originalidade portuguesa. Em 1970, Salvador Allende congregou quase toda a esquerda chilena na candidatura presidencial que o levou ao poder, com o apoio essencial dos democratas-cristãos. Socialistas, sociais-democratas, comunistas e outros marxistas tomaram La Moneda pela via democrática, um feito extraordinário em tempo de golpes e revoluções, e em plena Guerra Fria, que gerou entusiasmo no país e
 um alarmismo despeitado em Washington. Entendendo que era preciso impedir que a experiência fizesse escola, o nefasto Richard Nixon pôs a CIA em campo para precipitar a queda do governo, o que acabou por acontecer de forma trágica a 11 de Setembro de 1973. Neste regresso ao documentário, Nanni Moretti começa por mostrar o ambiente de festa que se seguiu à eleição, passa às divergências no seio da coligação e, quando damos por nós, já os militares saíram à rua para “restaurar” a democracia, bombardeando a capital, Santiago, e instaurar uma ditadura que durou até 1990. Allende suicida-se. Pinochet, o general que comanda as tropas, ordena a perseguição imediata
 de esquerdistas mais activos, que encontram na diplomacia italiana um refúgio e a possibilidade de uma nova vida, na Europa, ao contrário do que acontece com os migrantes do Mediterrâneo hoje. E é aqui que o realizador italiano quer chegar: a intenção nunca foi abordar aqueles anos de sonho materializado, que até inspiraram o “compromisso histórico” da política italiana nos anos 1970.

Onde Está Você, João Gilberto?

Onde Está Você, João Gilberto?

“Porquê tentar encontrar um homem que não quer ser encontrado?” O realizador franco-suíço Georges Gachot faz a pergunta e dá a resposta com o documentário João Gilberto, Onde Está Você?, que se estreia neste sábado no Cinema Monumental. É um enamoramento, uma obsessão feita policial, que nos leva no encalço do pai da bossa nova. João Gilberto, recentemente desaparecido, aos 88 anos, passou a derradeira fase da sua vida em reclusão doméstica, longe dos palcos e de quaisquer olhares indiscretos. Rever o cantor e compositor era, por isso, um desejo acalentado por fãs, amigos e jornalistas. Nenhum dos quais foi bem-sucedido nesse desígnio. Gachot – que tem uma filmografia recheada de música brasileira, tendo se debruçado sobre Maria Bethânia (Música é Perfume, 2005), Nana Caymmi (Rio Sonata, 2010) e Martinho da Vila (O Samba, 2014) – foi para o Rio de Janeiro seguir os passos do jornalista alemão Marc Fischer, que ali passou cinco semanas a tentar cruzar-se com João Gilberto, para que este lhe cantasse ao violão, e à sua frente, “Ho-ba-la-lá”. O tema tinha-lhe sido dado a ouvir por um japonês, anos antes, servindo de porta de entrada à bossa nova e a uma paixão ímpar pelo seu autor. Fischer falhou o objectivo, mas descreveu o processo em Ho-ba-la-lá – À Procura de João Gilberto, suicidando-se pouco antes do lançamento do livro, em 2011. Miúcha, João Donato, Marcos Valle e Roberto Menescal são entrevistados no filme, tal como o barbeiro que atendia o compositor baiano em casa e o

Aperta Aperta Com Elas

Aperta Aperta Com Elas

2 out of 5 stars

Uma pequena e alva aldeia no cantão suíço dos Grisões vive uma ilusão: a normalidade dos casais, dos filhos, dos bolinhos, dos ajuntamentos de vizinhos e das missas dominicais esconde uma paz podre que vai deixar esta comunidade à beira do precipício. O catalisador é a chegada de um forasteiro no lugar onde ele é menos esperado: o púlpito da igreja. A diocese destaca para ali um pároco indiano com uma mensagem mais cristã do que a hierarquia católica gostaria, centrada no amor. Não só o amor etéreo: o padre Sharma aconselha o seu rebanho sobre o amor executado entre lençóis. Se no início é recebido com desconfiança racista, quando os homens descobrem as mulheres de Kama Sutra na mão, tentam afastá-lo para camuflar infidelidades, inseguranças e impotências. O filme de Christoph Schaub não cria o clima de tensão que uma história destas teria numa aldeia remota, nem funciona como a comédia que se anuncia (o mais hilariante da fita é o título em português). Salva-se a possibilidade de ouvirmos diálogos em romanche, uma língua em risco de extinção. Por Hugo Torres

Linhas Tortas

Linhas Tortas

2 out of 5 stars

Luísa é uma jovem e bela actriz. Acaba de regressar a Lisboa, tendo importado de Londres uma relação infeliz. António é um arguto e reconhecido escritor, que assina uma celebrada coluna de jornal: “Linhas Tortas”. É casado, tem um filho da idade de Luísa, e conhecemo-lo quando se estreia a fazer figura “de parvo” como comentador na televisão. São ambos utilizadores de redes sociais – ela descontraidamente, nos intervalos do dia; ele à noite, no escritório de casa, com um copo de uísque a acompanhar. É nesse ambiente virtual, em que António se esconde atrás do nome e da imagem do místico russo Grigori Rasputin, que se cruzam e inevitavelmente se enamoram. Após hesitações várias, decidem encontrar-se. O que não chega a acontecer: António sofre um acidente de viação, perde parcialmente a memória e fica hospitalizado por muito tempo. Rita Nunes, que se estreou em 1996 com a temperamental e homicida curta-metragem Menos Nove, e tem vindo a trabalhar em publicidade e televisão, trouxe para a sua primeira longa-metragem parte do elenco da série Madre Paula, que co-realizou para a RTP em 2017: Joana Ribeiro (Luísa), Maria Leite (amiga de Luísa), Miguel Nunes (filho de António) e Joana Pais de Brito; aos quais se juntaram Américo Silva (António) e Ana Padrão (mulher de António). Os actores estão tão bem quanto lhes permite o argumento, que Carmo Afonso, uma das contribuintes líquidas do Twitter português, escreveu. Sem espaço nem tempo para se desenvolverem, as personagens avançam por

Quero-te Tanto!

Quero-te Tanto!

1 out of 5 stars

Vicente Alves do Ó faria bem em levar a comédia a sério. Quero-te Tanto não é um filme,
 é um passeio da fama para actores de telenovela,
 a desfilar no nível rasteiro a que anseiam ver os
 seus nomes encastrados numa rua qualquer. Personificam bonecos de cartão que não chegam
 a ser personagens, a ter espessura, vieses, sofisticação. O realizador dirá que estamos diante de uma rom-com ostensivamente cartunesca, mas nada justifica o texto preguiçoso, as caricaturas toscas, os estereótipos simplórios, as graçolas em esboço. Os protagonistas, Mia (Benedita Pereira) e Pepê (Pedro Teixeira), estão numa encruzilhada familiar, entre a alegria do filho que vem e a angústia do dinheiro que falta. O casal decide roubar “rapidinhas da sorte”, do interior da estátua do Marquês de Pombal, e acaba detido, julgado e encarcerado. Até que ele foge da prisão para se reencontrar com a amada em Serpa, recorrendo a ajudas voluntárias 
e involuntárias (incluindo de uma jornalista cujas boas intenções são abocanhadas pela voracidade inescrupulosa da estação para que trabalha, a 
TVI, que co-produz o filme e nos entra pelos olhos dentro). No seu encalço leva os agentes Coelho e Raposo, interpretados por Pedro Lacerda e Joana Manuel ao estilo Jacques Clouseau, cujas aparições são raríssimos momentos de oxigénio na fita. Dalila Carmo e Rui Mendes também merecem apreço, em contraste com as desaustinadas Alexandra Lencastre e Fernanda Serrano. A banda sonora – Doce, Paião, Cid, Sheiks – atinge o zénite

Besta

Besta

2 out of 5 stars

Jersey é um paraíso fiscal no Canal da Mancha. Esqueçam as congéneres caribenhas:
 esta ilha é austera, a alegria reside na família e no circuito fechado de amigos. Moll (Jessie Buckley) é uma jovem adulta sufocada por um pai demente e uma mãe rígida e controladora. Conhecemo-la pouco antes de ela fugir do seu aniversário, passar a noite a dançar com um estranho, e acabar a ser salva de uma possível violação por Pascal (Johnny Flynn), um “artesão” cadastrado, marginal e suspeito de ser um assassino em série. Moll apaixona-se e enfrenta toda a gente para o defender, criando uma tensão explosiva na pequena comunidade. Michael Pearce (Bafta para melhor estreia) não consegue dar à história o suspense que se exigiria e a força do filme perde-se na realização, no guião pouco subtil e na ineficaz direcção de actores. Por Hugo Torres

Zubir

Zubir

O segredo desta churrasqueira está no molho com que se lambuzam os pitos acabados de sair da grelha. Um piripíri de inspiração indiana que faz a síntese desta casa no Bairro das Colónias: frango moçambicano, picante indiano, atendimento brasileiro. Para acompanhar  com batata frita e arroz basmati bem seco (meio frango com ambos, 5,50€). O espaço é  muito pequeno, halal (não serve álcool) e ponto de encontro da comunidade muçulmana local. Quando lá fomos, duas senhoras de hijab discutiam os méritos de Shakira.

Consultório Veterinário das Sete Colinas

Consultório Veterinário das Sete Colinas

Os cães, gatos e coelhos dos Anjos estavam à míngua de espaços para fazer a pedicure e o  check-up periódico. Em Junho de 2018, o casal de investigadores Mark e Joana abriu esta espécie de centro de saúde para os vizinhos de quatro patos, com banhos e tosquias (25€-50€), vacinas, desparasitações, tratamento de infecções e medicina natural holística (28€ a consulta). Tirar dúvidas é grátis. E, ao contrário do que é habitual, os cães adoram ir a este consultório. O segredo está na loja, um antigo talho que ficou com um odor residual a carne

News (288)

O que é que faltava a Benfica e já não falta? Brunch todo o dia

O que é que faltava a Benfica e já não falta? Brunch todo o dia

O brunch não é bem uma “modernice”. Pelo contrário. O conceito surgiu em Inglaterra no final do século XIX. Tem uma respeitosa idade. Sensivelmente a mesma que as vilas Ana e Ventura, derradeiros representantes da arquitectura “brasileira” que pontuava Benfica nesse tempo e que até há poucos anos estavam em avançado estado de degradação. Quis o acaso que a sua reabilitação coincidisse com a abertura, a escassos metros, de um espaço dedicado ao brunch, o Pause. E que – outra coincidência – o projecto nascesse quando Paula Cartier regressou do Brasil, tal como aconteceu com os históricos chalés. Benfica é um bairro tradicional. O que significa que esta história não se conta sem outra paragem pelo caminho. Contornando as vilas, ou seja, dobrando a esquina da Estrada de Benfica para a Rua Amélia Rey Colaço, encontra-se a lavandaria de Maria Luís Silva. Sem ela não haveria Pause. Por duas razões: primeiro, porque foi quem desafiou Paula Cartier, que havia passado pela Avocado House e aberto o Blá Blá Café, a voltar ali à restauração; segundo, porque a senhoria da lavandaria é a mesma do espaço, entretanto ocupado pelo Pause, a dois minutos a pé, e insistiu para que fizessem ali “qualquer coisa”. Para facilitar, Paula e Maria já eram sócias num negócio de alojamento local em Lisboa e no Algarve. Paula também queria voltar – mas em Benfica? Nem por isso. “Benfica, para mim, era uma coisa no fim do mundo. Isto é horrível de se dizer.” Hoje, não pensa assim. Desde que o Pause se estre

Rock in Rio Lisboa muda-se para o Parque Tejo, com Ed Sheeran no cartaz

Rock in Rio Lisboa muda-se para o Parque Tejo, com Ed Sheeran no cartaz

Era segredo, mas o burburinho à volta do Parque Tejo já apontava nesse sentido: é naquele local, na ponta Leste da cidade, que se vai realizar o Rock in Rio Lisboa em 2024. A novidade foi oficializada esta quinta-feira de manhã pela organização e pela Câmara Municipal de Lisboa, numa conferência de imprensa organizada no que será o recinto a 15, 16, 22 e 23 de Junho. O festival deixa assim a Bela Vista ao cabo de 20 anos e dez edições, mas não é certo que seja para sempre. Para já, só há acordo para o próximo ano. Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio, reconheceu o “bafafá” que havia sobre o assunto desde Janeiro. No entanto, garantiu que a decisão foi tomada há apenas 15 dias. “Parecia que estávamos em festival nas últimas duas semanas”, disse. A promotora revelou ter visitado o espaço com Carlos Moedas antes da realização da Jornada Mundial da Juventude. Foi relutante, mas voltou “apaixonada” pelo local, que afirma ter “uma infra-estrutura divinal”. “Deslumbra o trabalho que está feito aqui.” E ainda faltam a iluminação e as sombras permanentes, que devem resultar do projecto paisagístico a apresentar pela autarquia até ao final do ano. A proposta que o presidente da Câmara apresentou para o Rock in Rio Lisboa não implicava uma mudança definitiva. E isso foi visto com agrado do lado do festival. “Você faz uma edição especial, não tem de ser para sempre”, recorda Medina. Mesmo assim, esta pediu uma contrapartida: a recuperação do prado do Parque da Bela Vi

Crime, disseram eles – e decidiram fazer um podcast

Crime, disseram eles – e decidiram fazer um podcast

Steve Martin e Martin Short são amigos há 35 anos e, desde então, habituámo-nos a vê-los juntos em múltiplas ocasiões. Conheceram-se em Três Amigos (John Landis, 1986), uma paródia aos filmes de cowboys que os lançou numa frutuosa relação, tanto no cinema como na vida privada, que culminou no especial de stand-up An Evening You Will Forget for the Rest of Your Life (Netflix, 2018). Mas havia algo que Martin, 76 anos, e Short, 71, ainda não tinham feito em conjunto: uma série de televisão. Uma brecha colaborativa que será colmatada a partir de terça-feira, 31 de Agosto. Nessa data, o Disney+ estreia Homicídios ao Domicílio, uma comédia criminal em que os dois vultos do humor americano dividem o protagonismo com uma cúmplice inesperada – a pop star Selena Gomez. Conduzida como um whodunit clássico, a série é simultaneamente uma divertida sátira às obsessões com o true crime (de que Steve Martin e Selena Gomez padecem de facto) e um mergulho nas vidas de fachada de endinheirados e has-beens no Upper West Side nova-iorquino. Charles (Steve Martin), Oliver (Martin Short) e Mabel (Selena Gomez) têm três coisas em comum: um, habitam todos o Arconia, um luxuoso edifício na zona nobre da cidade; dois, são todos entusiastas das histórias de crime da vida real; três, entraram todos no mesmo elevador com Tim Kono (Julian Cihi), 12 minutos antes de este ser assassinado. Quando a polícia conclui que o homicida só pode ser um dos vizinhos da vítima – ou seja, um dos moradores do Arconia –,

Lisbon by Time Out: na Comporta, o Verão ainda não acabou

Lisbon by Time Out: na Comporta, o Verão ainda não acabou

Toda a gente gosta de impressionar. Mas nem sempre tem forma ou capacidade para o fazer com substância. Muitas vezes nem sequer é preciso: quando se trata de um encontro fugidio, a aparência basta. A primeira impressão é boa e é essa a imagem que os outros levam de nós. Como não há segundo encontro, ou dificilmente haverá, o problema resolve-se assim. O mesmo princípio se aplica aos objectos, aos projectos e investimentos, às políticas e às cidades. Na verdade, a qualquer coisa que sobreviva com um paliativo ou um placebo. Aplica-se o remendo e, se ninguém reclamar, avança-se. Os portugueses têm uma expressão para este jogo de aparências: “é para inglês ver”. Ou seja, maquilha-se o problema para impressionar quem está de passagem e está feito. Afinal, uma solução rápida é muitas vezes o que importa num país tão dependente de um turismo de alta rotação. E, se os visitantes vierem uma vez, a superficialidade cumpre o seu papel. No entanto, se vierem mais do que uma, já nos complicam a vida – começa a ser preciso resolver mesmo os problemas para “não parecer mal”. Se por fim decidirem ficar por cá a viver, são os “ingleses” que começam a ver coisas que os portugueses não vêem. O Verão, por exemplo. Quando chega a Setembro, os portugueses começam a arrumar sacos, geleiras, toalhas, bóias e guarda-sóis, convictos que só lhes vão tocar no ano seguinte. Um erro. Portugal tem bom tempo muito para lá do regresso das férias de Agosto. Até o Governo o sabe: oficialmente, a época balnear

Benfica abre um portal entre o passado e o futuro: o Cine-teatro Turim

Benfica abre um portal entre o passado e o futuro: o Cine-teatro Turim

“Benfica é um dos últimos bairros típicos de Lisboa?” Em Abril de 2019, ainda a crise da habitação ia no adro, a Time Out publicava na sua revista semanal um tema de capa sobre Benfica e a manchete vinha na forma de uma pergunta. A resposta estava lá dentro e não deixava margem para dúvidas: sim, é. Cinco anos depois, continua a ser verdade. Não é um caso de inércia. Pelo contrário: o que tem vindo a acontecer é um movimento de recuperação do que faz de Benfica um bairro assim. O mais recente exemplo é o Cine-teatro Turim, que reabre ao público este fim-de-semana, depois de uma profunda remodelação. Inaugurado em 1984, o espaço cultural vai ser uma cápsula do tempo, com decoração e programação muito devedora dos anos 1980 e 1990, embora esteja também pensado como um local de acolhimento e de descoberta de novas criações e de novos artistas. Cinema, teatro, dança, música, stand-up, tudo. “Queremos que seja um espaço de fusão e de criação cultural com muita abrangência, muito livre”, diz à Time Out o presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques. O fim-de-semana da reabertura deve mostrar o que será um dia característico no Turim: programação para as famílias de manhã, cinema e conversas à tarde, e à noite concerto e DJ set, ou uma sessão de stand-up. “Na prática, num dia, vamos buscar o público sénior, jovens e crianças. Portanto temos um sítio que une a comunidade. É um ponto de centralidade. Esta é a visão que sabemos que o Turim traz.” Francisco Romão Pereir

Uma peça de teatro para quem gosta de se armar em macaco

Uma peça de teatro para quem gosta de se armar em macaco

Joana e Samuel acabaram de ser pais e de se mudarem para um antigo bairro popular de Lisboa. Compraram a casa a uma viúva, que os obrigou a prometer que cuidariam da casa onde passou toda a vida e onde a memória do marido estava por todo o lado, da arrecadação das ferramentas aos armários que ele próprio tinha construído. Não foi o que fizeram. Mal a viram pelas costas, remodelaram o sítio de cima a baixo. Agora, ela ouve passos no quarto da bebé, sempre à mesma hora da madrugada, a cirandar à volta do berço. Acha que a casa está assombrada. Ele ri-se. Haverá com certeza uma explicação: o soalho, os canos velhos, uma reverberação de uma casa vizinha. Não existem fantasmas. Ou talvez existam, quem sabe. Em 2:22 Uma História de Fantasmas, que se estreia no Teatro Villaret esta quinta-feira, 14 de Setembro, a dúvida vai ganhando espaço. Joana (Ana Cloe) está assustada, Samuel (Pedro Laginha) diz-lhe que são bichos da sua cabeça, resquícios de crenças religiosas de outrora que ele gostaria de acreditar que haviam sido expurgadas. Quando os conhecemos, ele acabou de chegar de uma viagem aos Açores dedicada à astronomia; a mulher ficou com a filha. Falam. Aflora-se a questão do baptismo. Há um terço que a avó recuperou da infância da mãe, para dar à neta. Samuel nem quer ouvir falar disso. A ciência é o seu único guia. Sabemos de antemão, no entanto, que estamos perante um thriller sobrenatural. É provável que Samuel venha a cair da cadeira… Escrito por Danny Robins, Uma História d

Diogo Infante encena musical a partir de Shakespeare para a nova temporada do Trindade

Diogo Infante encena musical a partir de Shakespeare para a nova temporada do Trindade

“A programação não é extensa, mas é seguramente boa.” Diogo Infante referia-se à próxima temporada do Teatro da Trindade Inatel, apresentada esta terça-feira no palco da Sala Carmen Dolores. No entanto, podia usá-la a propósito de qualquer uma das que programou durante os seis anos que leva como director artístico daquele espaço, onde os espectáculos têm temporadas maiores do que noutros teatros da cidade e por isso são menores em número. O que tem resultado. “2022 foi o melhor ano de sempre, com mais de 87 mil espectadores”, disse Diogo Infante, falando numa “elevada taxa de ocupação” e num “reconhecimento” crescente que lhe permitiu ultrapassar as metas traçadas para esse ano. Com o presidente do Conselho de Administração da Fundação Inatel, Francisco Caneira Madelino, ao lado, Infante sublinhou “a liberdade de acção e a disponibilidade de meios” que tem à disposição e que lhe permite “correr alguns riscos” em busca de novos públicos. Novo ou antigo, o público tem acorrido ao Trindade e esgotado sessões e espectáculos. Na temporada que agora se encerra, aconteceu com O Diário de Anne Frank e Noite de Reis, que por isso serão repostos em cena. O primeiro – que o director artístico afirmou ter tido “milhares” de pessoas com vontade de o ver mas sem disponibilidade de bilhete, mesmo estando quatro meses em cartaz – abre a temporada 2023/24 logo a 26 de Julho, fora de portas: vai estar no Teatro Maria Matos até 8 de Outubro. Beatriz Frazão protagoniza, Marco Medeiros encena. O

Benfica vai reabilitar dois edifícios devolutos para criar casas de renda acessível

Benfica vai reabilitar dois edifícios devolutos para criar casas de renda acessível

A Junta de Freguesia de Benfica aprovou a aquisição de dois edifícios devolutos no bairro, no valor de cinco milhões de euros, para os reabilitar e disponibilizar 20 apartamentos no mercado de arrendamento acessível (T1 e T2). As obras deverão estar concluídas até 2025, com o custo total a ascender aos 9 milhões de euros. A decisão foi tomada na quarta-feira, ao abrigo do Programa 1.º Direito, para coincidir de forma “simbólica” com a aprovação pelo Parlamento do pacote legislativo Mais Habitação. “É o maior investimento alguma vez feito por uma Junta de Freguesia em Portugal”, garante o presidente da Junta de Benfica, Ricardo Marques, no Instagram. O autarca sublinha que esta decisão faz parte de uma estratégia local para a habitação que visa criar 250 fogos para arrendamento a baixo custo, até 2026. A maioria dessas casas depende da construção de raiz de mais de 100 apartamentos, nas imediações da futura residência universitária de Benfica, em terrenos cuja cedência depende da Câmara de Lisboa. No entanto, está a ser negociada a compra de mais três prédios do bairro para reabilitação (total de 18 fogos). E há ainda 82 habitações a serem disponibilizadas através da modalidade de arrendamento para subarrendamento, destinada a habitações de renda acessível. “Uma cidade sem moradores é uma cidade condenada e sem futuro”, escreve Ricardo Marques na mesma publicação. “Em Benfica iremos trabalhar activamente para criar uma política pública de habitação que apoie as famílias que qu

Novo jardim de Lisboa é um anfiteatro verde com vista para Monsanto

Novo jardim de Lisboa é um anfiteatro verde com vista para Monsanto

O Jardim Carlos Consiglieri é o novo espaço verde da cidade. Com 4315 metros quadrados, fica no coração de Benfica, atrás da Igreja de Nossa Senhora do Amparo e próximo do Palácio Baldaya. Foi construído como um anfiteatro, aproveitando o declive do terreno e ligando a Rua Jorge Barradas, a uma cota mais alta, à Rua Cláudio Nunes, em baixo, um percurso para se fazer de forma linear, graças a uma escadaria em pedra, ou serpenteando através das cinco rampas largas e de suave inclinação que ligam todo o jardim. O atravessamento é importante: antes do início das obras, em 2021, este terreno baldio e abandonado, nas traseiras dos vários prédios que o envolvem, era utilizado como atalho pela população local. Agora, e desde que foi inaugurado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e pelo presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques, na sexta-feira, 7 de Julho, além de servir para cortar caminho, é também um local de lazer. Há mesas e cadeiras de madeira, bancos de pedra, equipamentos para fazer exercício ao ar livre e um parque infantil com escorregas, baloiço e rede de escalada. Francisco Romão Pereira/Time Out Com relva, canteiros, arbustos e dezenas de árvores ainda em crescimento (há uma adulta), a sombra natural ainda não abunda no jardim. Mas os prédios que o rodeiam dão alguma ajuda a abrigá-lo nas diferentes horas do dia. Nas duas visitas que a Time Out fez ao espaço, não faltava quem se sentasse a descansar ou a conversar, quem se deitasse a l

Black Country, New Road dão concerto de “última hora” antes do SBSR

Black Country, New Road dão concerto de “última hora” antes do SBSR

Os Black Country, New Road foram uma das primeiras bandas a serem confirmadas para o cartaz deste ano do Super Bock Super Rock (SBSR), ainda em Dezembro do ano passado, a par de The 1975 e L’Impératrice. E assim acontecerá: a banda britânica actua no Meco às 21.45 de quinta-feira, 13 de Julho. É um dos concertos mais aguardados para o Palco Pull&Bear, porventura de todo o festival. Mas hoje, a apenas dois dias dessa data, os Black Country, New Road anunciaram de surpresa um outro concerto em Lisboa. A banda actua no aquário da ZDB a 12 de Julho, ou seja, já esta quarta-feira, às 22.00. O anúncio deste “concerto de última hora” foi feito nesta terça-feira de manhã nas redes sociais do espaço cultural do Bairro Alto. Os Black Country, New Road fizeram o mesmo, às 09.00 em ponto. Problema: em pouco mais de uma hora, os bilhetes esgotaram. Para quem ficou de fora (e não falta quem se lamente nessas mesmas redes sociais por já não ter chegado a tempo, nem quem deixe claro estar disponível para comprar entradas em segunda mão), fica tudo como estava: para os ver, terão de fazer o caminho até ao Meco, para o SBSR. Os Black Country, New Road apresentam um rock impregnado de jazz, pós-punk e até klezmer (um género que remonta ao século XV, uma música judaica mas não-litúrgica). São um dos nomes mais significativos da nova vaga de bandas a surgir em Inglaterra (Black Midi, que descobrimos em Paredes de Coura em 2019, Shame, Yard Act…) e na Irlanda (Fontaines D.C., que vimos no NOS Aliv

Cine-teatro Turim: atraso na entrega de elevador volta a adiar reabertura

Cine-teatro Turim: atraso na entrega de elevador volta a adiar reabertura

“Tivemos que adiar para Setembro.” O Cine-teatro Turim já não vai reabrir a 21 de Julho, como previsto. A empresa que está a construir o elevador para aquele espaço cultural de Benfica informou a Junta de Freguesia, responsável pela obra, que não vai conseguir fazer a entrega dentro do prazo. Faltam alguns componentes para concluir o elevador e depois ainda é necessário montá-lo e certificá-lo. Essa fase do processo deverá acontecer em Agosto, o que empurra a inauguração para o segundo ou o terceiro fim-de-semana de Setembro. “Está tudo preso com a mobilidade. O resto da obra está impecável. Aquilo está perto de um final feliz”, diz à Time Out o presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques. “O elevador e as componentes hão-de estar prontos a meio de Agosto. Depois tem de se pedir uma certificação. Também me dizem que demora, a entidade que certifica elevadores públicos, cerca de 15 dias. Eu estou com algum receio por ser em Agosto…” O autarca revela ter tomado a decisão em conjunto com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, na sexta-feira, no dia seguinte a terem sido informados do problema. “Tendo em conta que a sala principal e as casas de banho são na cave”, Ricardo Marques afirma não se sentir “confortável” com soluções provisórias, como rampas e outros mecanismos elevatórios. “É uma coisa demasiado pouco digna para inaugurarmos um espaço destes, ainda mais um cine-teatro público”, sublinha. “Ninguém fica mais triste do que eu. Já queria que tive

Fechado o ano de Lizzo e Arctic Monkeys, NOS Alive regressa de 11 a 13 de Julho de 2024

Fechado o ano de Lizzo e Arctic Monkeys, NOS Alive regressa de 11 a 13 de Julho de 2024

Estava King Princess a aquecer-nos o coração no palco Heineken quando Álvaro Covões anunciava as datas do NOS Alive para o próximo ano: o festival regressa ao Passeio Marítimo de Algés a 11, 12 e 13 de Julho de 2024. O dono da Everything Is New e principal responsável pelo festival não adiantou qualquer nome para o futuro cartaz. A despesa das novidades ficou para o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, que anunciou a pretensão de expandir o recinto em que o NOS Alive acontece desde os idos de 2007. O objectivo é fazer crescer o terrapleno até ao rio do Jamor, ou seja, até à Cruz Quebrada, o que garantiria uma área disponível de 30 a 40 hectares, segundo o autarca. Isaltino Morais disse que a obra depende ainda de um despacho do ministro das Infra-estruturas, João Galamba, que exortou a fazer o processo avançar. Não há por isso qualquer calendário para o alargamento do Passeio Marítimo de Algés, mas pelo menos os festivaleiros que estavam atentos ao noticiário puderam levar algo em que pensar para o concerto de Machine Gun Kelly. Uma estreia em Portugal anódina – soporífera! – a merecer divagações amadoras sobre engenharia civil e feng shui, sobre como poderá vir a ser o recinto, de quem estava a vê-lo todo forma e nenhum conteúdo. O presidente da Câmara insistiu ainda na ideia, apresentada já noutros anos, de construir uma ponte pedonal por cima da ferrovia, para facilitar acessos e evitar, como agora acontece, que o público tenha de percorrer a pé parte